Serra do Moradal
Muralha
de xistos, granitos e quartzitos
Com cerca de 915 metros de altitude, a serra do Moradal é a muralha protectora da Freguesia de Estreito – Vilar Barroco, constituída, predominantemente, por uma rocha resistente à erosão – o quartzito, comum, também nas montanhas antigas dos Apalaches (cordilheira da América do Norte).
Ao nível geológico, está inserida na unidade morfoestrutural do Maciço Antigo que é constituído,
“por um conjunto de rochas pré-câmbricas e paleozóicas, com predomínio de xistos, granitos e quartzitos, enrugados ou deslocados por vários ciclos orogénicos, de entre os quais os movimentos hercínicos imprimiram a orientação de conjunto a afloramentos primários das cristas quartzíticas” (BRITO, 2005: 38).
dominam as urzes, carqueijas, medronheiros
Turismo de natureza
Neste trecho de território das cristas quartzíticas, com os seus cumes de silhueta agreste e vertentes de declive acentuado, encontra-se uma paisagem fortemente marcada pela imponência de um relevo “montanhoso”.
Esta serra caracteriza-se por cumes quase desnudados e com encostas revestidas por um caos de blocos, por vezes cobertas de densa vegetação, onde dominam as urzes, os tojos, os rosmaninhos, as estevas, as giestas e os medronheiros (de importância para economia local).
No sopé da montanha dominam as manchas de pinheiro-bravo e eucalipto, sendo raras as áreas vocacionadas à prática agrícola.
Ao longo deste alinhamento podem ser também observados vários fenómenos geomorfológicos, paisagísticos e históricos.
Esta é uma serra de mistérios realçados por lendas e tesouros de mouras encantadas, um local onde há muito para descobrir..
A Serra do Moradal
é constituída por rochas quartzíticas e xistentas
datadas do Ordovícico-Silúrico Inferior
(479-430 milhões de anos)
a formação do Quartzito Armoricano
Geoturismo
De cumes parcos em vegetação, a serra do Muradal,” assim chamada porque tem a forma de um immenso muro em linha recta” (PIMENTEL, 1881), “desenvolve-se numa imensa escadaria tectónica até à Serra da Estrela” (RIBEIRO, 1949). A cumeada mostra-se bastante regular, formando uma crista do tipo “Appalachiano”.
Neste território são observados três grupos litológicos: a formação de Perais (CBP), a formação de Rosmaninhal (CBR) e a formação do Quartzito Armoricano (OQa). No primeiro caso, a formação de Perais domina no território a NW, W, SW e S da aldeia do Estreito e carateriza-se por turbiditos do super-grupo Douro – Beiras, e neste caso pertencendo às Beiras, designado por Complexo Xisto – Grauváquico, formado no câmbrico inferior (CARVALHO, 1992: s/p).
A formação de Rosmaninhal ocupa a parte NE, E e SE do território desta união ao qual se associa a turbiditos mais finos e seus conglomerados formados no câmbrico médio. O último grupo, a formação do Quartzito Armoricano, é constituído por quartzitos, conglomerados e xistos pertencentes ao período do ordovícico inferior tremadociano-arenigiano (CARVALHO, 1992: s/p).
Esta formação tem uma extensão próxima de 15km de comprimento e uma orientação NW-SE, que corresponde ao alinhamento quartzítico da Serra do Moradal, que atravessa a freguesia a NE, E e SE.
Na Serra do Moradal, nascem a Ribeira da Sertã, na Fonte de Pero Beques (Estreito) e a Ribeira do Alvito.
Imponente montanha quartzítica
Foto:Green Trekker – Viagens de Aventura e Caminhadas
Escola de Escalada, Via Ferrata, TT, BTT, Trekking..
Foto: Sara Nunes – Yoga
Rede Europeia e Global
Na Serra do Moradal foram inventariados 9 geossítios com importância local a regional, estando alguns deles ainda em fase de estudo por constituírem novidades para o conhecimento científico nacional.
A cartografia geológica da região e respectivo inventário do património geológico são fundamentais, conjuntamente com os restantes valores naturais, arqueológicos, arquitectónicos e culturais, para desenvolver uma estratégia de desenvolvimento sustentada, no âmbito da geoconservação e da divulgação (ao nível da Educação e do Geoturismo).
Geopark
Naturtejo
No âmbito da valorização do património natural e cultural.
O Geopark Naturtejo assume-se como impulsionador deste desenvolvimento, com propostas concretas de uso e valorização aqui apresentadas, a par com a Câmara Municipal de Oleiros, Juntas de Freguesia que abrangem a Serra do Moradal, nomeadamente Sarnadas de S. Simão, Estreito, Vilar Barroco, Orvalho e Cambas, assim como empresas privadas que operam na região e outras que venham a aproveitar verdadeiras oportunidades de negócio. (AÇAFA On Line, nº 2 (2009) )