Com título de freguesia desde 1535, o Estreito afirma-se como um lugar encantador, que deve o seu nome à natural estreiteza do caminho que liga este destino a terras que ficam para lá da serra do Moradal.
A localidade de Estreito está situada, nas faldas da serra do Moradal, a norte do concelho de Oleiros, a cerca de 13 quilómetros. É a maior freguesia em extensão e a que reúne maior número de povoações, cerca de 33 lugares envoltos num manto verde.
É provável que o povoamento do atual território da freguesia ascenda a tempos pré- romanos. As condições naturais de defesa que o lugar do Estreito, que então proporcionava, eram manifestamente propícias à instalação de um qualquer povo, talvez lusitano.
Eles encontraram aqui um castro natural inacessível por todos os lados, exceto pelo lado poente, acesso este que seria vigiado pelo Cabeço da Rainha, e com o qual comunicaria através do cume das serras.
Os Romanos devem ter, aqui, encontrado um problema de difícil solução. Mas com maior ou menor dificuldade lá conseguiram desalojar os aguerridos guerreiros.
Sobre a presença romana no chão desta freguesia não existe a mínima dúvida, como atesta a descoberta feita em 1848 junto à povoação de Estreito.
No ano de 1515 obtiveram, da Nunciatura Apostólica em Lisboa, um Breve que lhes concedia licença para terem um Capelão que lhes dissesse missa e administrasse os sacramentos. Apenas a comunhão pascal não poderia ser dada pelo capelão, o que, no fundo, era um atestado de dependência em relação a Oleiros.
E essa cláusula seria aproveitada pela Câmara da vila para considerar o Estreito dependente daquela freguesia, tanto que, em 1531, por ocasião da finta lançada para reedificação da igreja matriz, incluiu nela os habitantes do Estreito.
Estes não se conformaram, recusando-se mesmo a concorrer para tal obra, alegando que estavam separados da Igreja de Oleiros, já que todos os seus actos religiosos eram praticados na capela dedicada a S. João Baptista, levantada no meio do Estreito.
Este templo era “igreja visitada sobre si” (PIMENTEL, 1881, p.270), e nela, os moradores “tinhão gasto o que Deus sabia, sem ajuda de ninguem” (PIMENTEL, 1881, p.270), como se lê num documento pelo qual recorreram.
Estreito tornou-se freguesia no longínquo ano de 1535, depois de diversos anos de luta por parte dos seus habitantes, que aspiravam e lutavam pela sua independência. Finalmente 16 de Novembro desse ano, a Casa da Suplicação proferia uma sentença, dada em nome de D. João III, contra a Camara e Concelho de Oleiros, declarando os moradores do Estreito isentos de contribuir para as obras da igreja da freguesia da sede do concelho.
E assim, uma nova freguesia nascia. A paróquia foi uma reitoria da Ordem de Malta, da apresentação do Bailio, ou, segundo a Estatística Paroquial de 1864, do grão-prior do Crato, que era o seu donatário. Seria este o responsável pela apresentação do cura de Estreito que vencia uma côngrua de 3.500 réis em dinheiro, 60 alqueires de trigo, 60 de cevada e 25 almudes de vinho mosto.
Fontes consultadas: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, 4ºV, 1998. Memorias da Villa de Oleiros e do seu Concelho, 1881.
Posteriormente, para efeitos civis e administrativos, a freguesia do Estreito teve anexada a freguesia de Vilar Barroco até março de 1890.
Na primeira metade deste século, escrevia-se no “Guia de Portugal” que “no concelho há muitos sítios ermos dignos de se verem, mas quase todos de difícil acesso.
Por estrada, o único realizável, por enquanto, é o passeio ao Estreito, desenrolando-se sempre em serrania brava, a freguesia encontra-se num refolho da serra do Moradal.
A tecelagem continua a ter expressão, constituindo um dos valores artesanais da freguesia.
A decadência, após a ruína dos seculares soutos, foi um facto, mas a freguesia soube levantar-se a tempo e, nos finais dos anos 60, havia já uma fábrica de resinosos e três grandes serrações.
O aproveitamento do pinheiro que, então, monopolizava a quase totalidade da população ativa, quer na exploração direta, no campo, quer na extração de derivados, dada a sua importante industrialização.
Tecelagem
Madeiras
Queijo
Resina
Com cerca de 1200 eleitores, é uma freguesia de terras férteis, de vivências rurais, onde a tónica é só uma: a Natureza. A economia local é fomentada pela industria do pinhal, pelo artesanato, ligado ao linho e, recentemente, pelo de geoturismo e turismo de aventura. A procura crescente pelo conceito da ruralidade, do encontro com a natureza, tem fomentado a procura de novos destinos, a freguesia Estreito – Vilar Barroco está a expandir-se no sector turístico, e acreditamos que esta expansão irá alavancar novos investimentos e trazer novas vidas às aldeias, perdidas na pureza da serra do Moradal.
Estamos inseridos no Geopark Naturtejo, o Património Geológico da serra do Moradal constitui um importante contributo para elevado interesse geológico regional, nacional e internacional. Recentemente inaugurado, o Trilho Internacional dos Apalaches, afirma-se como um ponto de referência para amantes do Turismo de Natureza e Aventura, pelo enorme potencial turístico e pela sua ligação ao “maior trilho de pegadas humanas do mundo”. Para os amantes das actividades ligadas ao Pedestrianismo, além deste trilho, GR 38, pode percorrer, pela freguesia, outro trilho, OLR PR4.
de Natureza
de resina
É com satisfação que vimos surgir, investimentos rurais, na exploração de produtos de elevada valorização no mercado português e no internacional, como o azeite e o medronho. A industria florestal teve e continua a ter um elevado interesse. Apesar dos incêndios que têm devastado a zona do pinhal, a região continua com uma forte ligação económica à industria das madeiras e mais recentemente a resina, que outrora teve um papel de extrema importância na economia da nossa região.
Apoiamos novos investimentos, queremos reescrever uma nova História da freguesia, promovida pela dinamização económica e pela fixação da população. Dispomos de excelentes infraestruturas e de serviços públicos fundamentais para a qualidade de vida. Invista em Estreito – Vilar Barroco.